Desisti da medicina.
Eu me formei em medicina em julho de 2007 na Universidade Federal de Minas Gerais. A minha família não tinha muitos recursos naquela época.
Assim que me formei fui trabalhar em um Centro de Saúde em uma pequena cidade no interior de Minas Gerais. A minha ideia era juntar o famoso “pé-de-meia”.
Até que um dia apareceu uma paciente de uns 30 anos de idade com dificuldade para respirar. Logo ela me contou que tinha Diabetes Tipo 1.
Eu nunca contei essa história assim em público.
Essa paciente estava com um quadro grave. Precisava ser internada. O hospital mais próximo ficava a 1h hora da cidade onde eu estava.
É claro que não tinha uma ambulância disponível naquele momento. A única ambulância da cidade estava transportando passageiros na zona rural (passageiros esses sem nenhum quadro clínico que demandava transporte de ambulância…).
Alguém ali próximo se disponibilizou a nos levar (eu e a paciente grave) no seu carro próprio, para o hospital. Era um carro velho (eu não entendo muito de carro, não sei qual o modelo dele. Mas era daqueles modelos velhos…).
Era fim de tarde e começou a chover. No meio do caminho para o hospital, na rodovia, o carro para. “Foi a correia dentada”.
Resumo da história: Uma kombi parou para nos ajudar. Eu estava de jaleco, na chuva. Acho que isso ajudou. Chegamos no hospital depois de quase 3 horas. A paciente ficou bem. Mas eu desisti.
Não. Não foi aqui – ainda – que eu desisti da medicina.
Desisti de atender ali. Sem nenhum recurso. Fingindo que estava fazendo uma boa medicina.
Resolvi fazer residência. Me especializar. Isso sim iria me garantir a possibilidade de exercer uma medicina de qualidade…
Ok. Vamos especializar: Fiz residência de Clínica Médica. Residência de Gastroenterologia. Hepatologia. Mestrado em Medicina. Entrei num dos maiores hospitais de Belo Horizonte. Preceptor da residência de Gastro. Entrei para a equipe de transplante hepático. Sucesso, não é?
Pois bem. Depois de tudo isso, eu estava atendendo 30 pacientes por dia por plano de saúde (consultas de 20 minutos). Correndo leito no horário do almoço. Dando plantão noturno no pronto-socorro aos domingos, terças e quintas. E os transplantes acontecendo nos finais de semana, nas madrugadas… em qualquer dia e qualquer hora.
Sim… foi aí. Foi aí que eu desisti da medicina!
Como estava a minha qualidade de vida? Comia pessimamente. Atividade física era só subindo as escadas no hospital. Tempo nenhum para amigos, namoradas ou família.
Sinceramente… isso não é vida. Pelo menos, não a vida que eu imaginei pra mim.
Então eu desisti dessa medicina.
Eu queria a medicina de verdade. Aquela em que eu poderia atender os meus pacientes com tempo. Com 1h de consulta. E não precisasse dar plantões. Porque eu seria bem remunerado pelas consultas.
Será que seria possível isso? Ou eu estava muito iludido?
Mas, eu já tinha desistido daquela medicina. Daquela falsa medicina.
Ou eu mudava, ou faria outra coisa. Qualquer outra coisa.
Foi aí que conheci o conceito de Gestão e Marketing (num outro momento eu conto essa outra história…). Mas depois de 12 meses que eu comecei a usar as ferramentas de Gestão e Marketing no meu consultório, eu já tinha saído dos planos de saúde e dos plantões.
12 meses!
Me especializei por mais de 6 anos. Atingi o auge da carreira de um hepatologista. E o que me trouxe a medicina de verdade (e a minha vida de volta) foram 12 meses de Gestão…
Não desista da medicina. Não desista de você. Não aceite menos do que um bom atendimento ao seu paciente e uma boa valorização do seu trabalho.
Te convido a conhecer tudo o que eu sei sobre Gestão e Marketing para médicos. Eu resolvi ensinar tudo que eu sei.
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